Hoje foi dia de limpeza de pele. Há imenso tempo que não o fazia.
Assim que cheguei lá cheguei, tive uns 10 minutos sentada à espera que a criatura que me ia espremer contasse as novidades à colega.
A parte que mais gosto daquilo tudo, é logo o inicio, onde metem na face cremes, esfoliantes, e uns sprays e mais não sei o quê. Depois fazem um género de massagem, metem umas toalhitas na cara, com as quais desconfio que fiquei assemelhada a uma múmia e fico em "banho maria".
A parte que mais me irrita: uma meia hora que fico com uns vapores na cara, uns algodões nos olhos e uma musiquinha que supostamente é relaxante... mas que me irrita profundamente, e nem de deixa dormir uns minutinhos.
A parte que mais odeio: quando começa o martírio. É certo que já sabia que este momento ia chegar, mas é sempre penoso. E espreme, e espeta uma agulha, e volta a espremer, e depois diz que está quase, e eu quase que a mando bugiar, porque não acredito. Depois passa para os lábios, e sinto os olhos a encher de água. Arrependo-me mil vezes por ter marcado aquilo. Por último vai ao nariz, e digo-lhe "Você tem o dom de me fazer chorar" (porque raramente choro) e ela "Ah, não se preocupe, que estou mesmo a acabar" e depois ri. Ainda penso "Ai minha grande vaca, se voltas e rir e não te despachas ainda te enfio uma chapada".
Depois vem uma parte mais serena, tipo acabamento, que se assemelha à primeira, mas com a diferença que tenho a cara feita num oito, parece que levei umas valentes bofetadas, e não dá gozo nenhum.
Assim que saí de lá só me ocorreu de que tão cedo não volto lá. A última vez que pensei assim, foi há mais de dois anos. Agora até que não me esqueça, e até que esta cara não volte ao normal (porque parece que vim da guerra) recuso-me a pensar ou recomendar limpezas de pele.